Introdução
Se você viveu a era dos computadores com 256 MB de RAM, processadores Celeron e placas Nvidia antigas, provavelmente lembra do Kurumin Linux. Essa distribuição brasileira foi um marco por sua simplicidade e por ajudar muita gente a conhecer o mundo do software livre. Mas será que a experiência era realmente boa? Neste artigo, vamos relembrar como era usar o Kurumin, os desafios com o Flash Player, e por que os vídeos do YouTube travavam tanto no Linux daquela época.
Kurumin: o Linux brasileiro que ensinou uma geração
O Kurumin Linux foi uma distro baseada no Knoppix e no Debian, famosa pelos seus "ícones mágicos", scripts de configuração e por funcionar bem em computadores modestos.
Rodava com facilidade em máquinas como:
- Celeron 550 MHz
- 256 MB de RAM
- HD de 10 GB
- Placa de vídeo Nvidia antiga (ex: TNT2, GeForce MX)
O ambiente gráfico era o KDE 3.x, sem efeitos visuais ou compositor gráfico por padrão. Mesmo assim, trazia uma interface limpa e intuitiva.
Quando o 'fb800x600' salvava o dia
Quem usou Kurumin certamente lembra do famoso fb800x600
. Esse modo de vídeo era ativado quando o sistema gráfico (X) falhava — geralmente após uma atualização problemática ou driver mal configurado. Era um modo de fallback usando framebuffer, sem aceleração, mas que permitia ao menos carregar o sistema e corrigir o problema.
O Kurumin tinha ferramentas próprias para reinstalar drivers Nvidia ou reconfigurar o vídeo, e isso era revolucionário para a época.
O drama do Flash Player e vídeos no YouTube
Assistir vídeos no YouTube nos anos 2000 no Linux era um verdadeiro desafio. O player oficial era baseado em Adobe Flash, que era pesado e mal otimizado para Linux.
Mesmo com o driver proprietário da Nvidia instalado, o desempenho era ruim. Muitos vídeos só rodavam em 144p ou 240p, com travamentos constantes. Em comparação, o Windows XP lidava melhor com isso, graças a drivers e Flash Player mais integrados.
Comparando Linux vs. Windows XP nos anos 2000
Recurso | Kurumin Linux | Windows XP |
---|---|---|
Interface gráfica | KDE 3.x (leve, sem efeitos) | Explorer clássico |
Desempenho com vídeos | Ruim com Flash, sem aceleração de vídeo | Melhor com driver Nvidia oficial |
Drivers Nvidia | Precisava configurar manualmente | Instalação automática ou via CD |
Consumo de RAM | Leve, mas KDE podia pesar | Relativamente pesado também |
Estabilidade | Boa, mas sujeito a quebras no X | Boa, mas vulnerável a vírus |
Conclusão: uma era de criatividade e improviso
O Linux dos anos 2000, com distros como o Kurumin, ensinou muita gente a resolver problemas na unha, entender como o sistema funciona e explorar alternativas ao Windows. Apesar das limitações técnicas, foi uma era rica de aprendizado e que deixou saudades.
Se você passou por isso, com certeza lembra de comandos como startx
, scripts mágicos, e o famigerado fb800x600
salvando o dia depois de um X quebrado.
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